Antes de definir a ação, acho que vale voltarmos algumas casas e refletirmos juntos sobre o que é a Felicidade. Talvez, tendo claro o que é, facilite alcançá-la.
Felicidade:
No dicionário, é a sensação real de satisfação plena, estado de bem estar, de contentamento, de satisfação. Condição da pessoa feliz, satisfeita, alegre, contente.
Ou seja, felicidade nada mais é que o um estado de bem-estar. Logo, para ser feliz, basta encontrar esse tal estado de bem-estar. Pronto, tá fácil, né?! Não, tá nãooo?
Você aí do outro lado, se estiver empenhado em encontrar a felicidade, já deve ter se questionado: "Mas, bem-estar pode ser traduzido de muitas formas, a depender do entendimento de quem o experimenta, potencializado pelo momento em que experimenta, calibrado pelo lugar, pela companhia. Há uma infinidade de variáveis. E mais, corre um risco enorme de que o que é bem-estar para o outro, não seja bem-estar pra mim?!" Sim, exatamente. Por isso que, antes de perguntar o que deve ser feito para ser feliz, é preciso descobrir: O que te faz feliz?
O tema felicidade é amplo e, seu conceito, sofisticado; apesar de se passar a falsa impressão de que felicidade é simples, fácil, corriqueira, quase banal, que seu acesso é imediato e permanente, de que felicidade é universal. Afinal, ela aparece embrulhada pra presente, em tamanho único, nos comerciais de televisão, na vida de redenção da mocinha na novela, nos sorrisos espontâneos da rede social, no anúncio publicitário do shopping center e até na propaganda de marketing de remédios e hospitais.
A felicidade, mais que um estado de ser, tornou-se um artigo de luxo para se ter e ostentar.
Vende-se a ideia de que ela vem contida num produto e que será caminho para chegar em outro produto. Todos eles, produtos que você precisa ter, pois assim será feliz. A felicidade, assim, se tornou causa e efeito de si mesma, início e final, em estado de looping. E, logo, se você não tem o produto, não será feliz. Culpa sua! Mas, se você tem o produto e não se sente feliz, você tem algum problema. Aí, ohhhh, culpa sua de novo!
Você já notou, né? A Felicidade, apesar de ter um significado no dicionário, este se trata apenas de um olhar no horizonte, quase uma inspiração ou amostragem do que é possível se nomear como felicidade, do que de fato um conceito fechado.
Você já deve ter sacado que essa tal talvez não tenha uma definição muito palpável e objetiva, e que provavelmente felicidade é algo que, pra existir, deve estar ligada diretamente a quem sente.
E, obviamente, você não comprou, mesmo que bem baratinha, essa ideia estapafúrdia de que o que faz todo mundo feliz, te fará feliz também; afinal de contas, você aprendeu desde de cedo com a sua mãe que: você não é todo mundo.
E, é porque você não é todo mundo, porque você é você, que você precisa olhar pra si e começar a se perguntar: O que te faz bem? O que te traz sensação de bem-estar? O que te faz abrir um sorrisão nesse rosto? O que te dá a sensação, mesmo que momentânea, de que tá tudo certo, e que você poderia ficar naquele momento por mais um tempão? Quais são as coisas que te tiram do sofá com vontade? Quando você levanta da cama animado? Isso tudo e mais um montão de saberes a seu respeito chama-se autoconhecimento. Esse cara, esse tal de autoconhecimento, nada mais é que você saber um tanto sobre você. O que você gosta e não gosta, o que sabe e o que ainda precisa aprender, o que dá conta de fazer e o que não fará nem ferrando.
É nesse cara que você vai encontrar a resposta do que te faz feliz, do que, pra você, é a Felicidade. Ao descobrir isso, você responde à pergunta inicial: O que eu devo fazer para ser Feliz? Oras, faça o que te faz feliz!
Mas saiba, felicidade não é permanente, útil, tampouco te blinda do sofrimento ou tristeza. Não, a felicidade é um estado obtido num momento, um desses momentos despretensiosos, cheio de bem-estar, que você gostaria que durasse mais, que você queria poder torná-lo elástico e que você pudesse esticar e esticar.
Ah, e mais, felicidade é tão boa, tão boa, que é inútil. Ela não está a serviço de nada, nem de ninguém, ela tem fim em si mesma: nasce, cresce e morre nela mesma. Ela também não te manterá longe da tristeza e do sofrimento, pois precisa deles. Assim como a lua precisa do astro sol para ser coroada a rainha da noite, a felicidade precisa da tristeza como seu contraponto para existir.
Escrito por: Paula Maria