Em um primeiro momento parece ser fácil responder essa pergunta, mas não é! Como já sabemos o sexo é fundamental para a saúde mental e física, pois tem relação com a liberação de endorfinas, na melhora a qualidade do sono, na redução do estresse e até no fortalecimento do sistema imunológico. Mas o que realmente faz com que as pessoas desejem a prática sexual?
Primeiro, precisamos falar de sexualidade e sexo. Você sabia que são conceitos diferentes? Sexualidade é a maneira como nos expressamos e nos identificamos na vida, enquanto o sexo é o ato do coito em si. Nossa sexualidade molda nossos desejos, preferências e comportamentos. Ela é ampla, complexa e única para cada indivíduo, enquanto o sexo é a expressão física dessa complexidade.
Freud revolucionou o entendimento da sexualidade humana. Ele comprovou que nossa sexualidade começa na infância e que os pontos de fixação se alteram conforme o corpo se desenvolve. Isso significa que nosso desejo sexual é moldado desde cedo, passando por várias fases até a maturidade.
Por isso e outras coisas, não dá para desassociar a expressão corporal da expressão da sexualidade. Nosso corpo fala, sente e reage à nossa sexualidade. A maneira como nos movemos, tocamos e nos conectamos fisicamente está diretamente ligada à nossa sexualidade. É tudo uma questão de expressão e conexão.
Agora, precisamos aprofundar a discussão, para isso vamos usar a neurociência afetiva de Jaak Panksepp. Já ouviu falar? Essa teoria tem sido crucial para entender o comportamento humano. Ela mostra como diferentes sistemas no nosso cérebro influenciam nossos desejos e emoções, incluindo o desejo sexual.
Entender de onde vêm nossos desejos é essencial. Isso porque nos ajuda a lidar com eles de maneira saudável. E a neurociência nos dá as ferramentas para entender por que fazemos sexo. É um instinto, uma necessidade biológica e emocional que precisa ser compreendida.
Panksepp identificou sete sistemas presentes em nosso cérebro: CARE, LUST, SEEKING, RAGE, FEAR, PANIC/GRIEF e PLAY. Cada um impacta nossa escolha de fazer sexo de maneiras diferentes. O sistema CARE, por exemplo, está ligado ao sexo mais romântico, focado em dar prazer ao outro. O sistema RAGE, por outro lado, relaciona-se ao sexo mais selvagem, buscando satisfação na performance. E os outros sistemas? LUST é o desejo puro, sexo pelo sexo; SEEKING é a busca pela novidade, o tesão pelo novo; FEAR envolve a excitação pelo perigo, o fazer "escondido é mais gostoso"; PANIC/GRIEF está ligado à necessidade de conexão e o dormir de conchinha; e o PLAY é a diversão e experimentação. Cada sistema traz uma faceta diferente ao ato sexual.
Saber lidar, gerenciar e identificar de onde vem o desejo sexual é crucial para satisfazê-lo plenamente. Quando entendemos nossas motivações, podemos encontrar maneiras mais saudáveis e satisfatórias de expressá-las.
A terapia tântrica pode ser uma ferramenta poderosa para encontrar essas respostas. Ela nos ajuda a explorar nossos desejos, medos e emoções, proporcionando um entendimento mais profundo de nós mesmos e de nossas necessidades.
No fim das contas, entender por que queremos fazer sexo é uma jornada de autoconhecimento. Não se trata apenas do ato, mas do que ele representa para cada um de nós. Afinal, a chave para uma vida satisfatória é entender nossos desejos e aprender a nutrir nossas necessidades de maneira consciente e saudável.