Imagine acordar todas as manhãs com o coração apertado, a mente girando em um turbilhão de pensamentos e o corpo tenso, como se estivesse sempre à beira de um abismo. Se você não sofre disso, com certeza conhece alguém, pois essa é a realidade para milhões de brasileiros, vivendo em um país onde a ansiedade parece ser mais que uma simples condição, é quase uma norma. Somos o país mais ansioso do mundo desde 2019, segundo a Organização Mundial da Saúde. Mas por que isso acontece? E como podemos lidar com isso?
A ansiedade é mais do que apenas preocupação. É um estado constante de apreensão, medo e nervosismo que pode afetar todos os aspectos da vida de uma pessoa. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) a ansiedade se manifesta de várias formas, desde transtornos de ansiedade específicos até transtorno de ansiedade generalizada. Mas além das definições clínicas, a ansiedade também pode ser vista através de diferentes lentes, como por exemplo, na abordagem cognitiva-comportamental que é vista como resultado de pensamentos distorcidos e padrões comportamentais disfuncionais. Ou segundo a teoria psicanalítica é uma emoção básica que surge da percepção de uma ameaça interna ou externa ao eu, seria resultado de conflitos inconscientes entre impulsos primitivos e os mecanismos de defesa do ego. Enquanto, na perspectiva da neurociência afetiva a ansiedade surge quando há uma falha na busca de estímulos que proporcionem conforto emocional e segurança.
No Brasil, uma série de fatores contribui para o alto índice de ansiedade. Vivemos em um país subdesenvolvido, com baixos investimentos em educação e uma jornada de trabalho elevada. Isso porque gera um estresse econômico, levando a preocupações constantes sobre como pagar contas, prover para a família e garantir um futuro seguro. A falta de educação pode levar à falta de conhecimento sobre saúde mental, dificultando a compreensão e o manejo da ansiedade. Além da jornada de trabalho elevada que leva à exaustão física e mental, deixando pouco tempo para o autocuidado e atividades de lazer que ajudam a reduzir o estresse.
Muitos brasileiros sofrem de ansiedade, mas poucos entendem verdadeiramente o que estão enfrentando. A falta de informação sobre saúde mental deixa muitos no escuro, sem saber como lidar com seus sintomas ou onde procurar ajuda. Isso apenas alimenta o estigma em torno da ansiedade, fazendo com que muitos sofram em silêncio.
Por isso, precisamos investir, enquanto sociedade, em educação sobre saúde mental, aumentar o acesso a terapias e profissionais especializados e promover uma cultura de abertura e compreensão em relação à ansiedade. Somente assim poderemos começar a reverter esse quadro.
Para aqueles que vivem com ansiedade, cada dia é uma batalha. Mas há esperança. Com o apoio adequado, incluindo a terapia tradicional, a terapia tântrica como complementar e, se necessário, medicação, é possível encontrar alívio e aprender a viver uma vida mais equilibrada e gratificante.